quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Até agora, 23 foram presos pela Polícia Federal

Quadrilha é acusada de sonegar 1 bilhão de reais em impostos. Falta cumprir treze mandados de prisão

A Operação Alquimia, deflagrada nesta quarta-feira pela Polícia Federal, Receita Federal e Ministério Público Federal, cumpriu até agora 23 mandados de prisão e desmantelou uma quadrilha suspeita de realizar uma das maiores fraudes tributárias descobertas no Brasil nos últimos anos. O rombo nos cofres públicos é de pelo menos 1 bilhão de reais. A sonegação de impostos foi praticada por cerca de 300 empresas do ramo químico ─ cinquenta delas são "laranjas".


Entre os bens confiscados, estão uma propriedade em uma ilha de 20.000 metros quadrados na Baía de Todos os Santos, em Salvador, aeronaves, lanchas, carros luxuosos, imóveis residenciais e parques industriais. A operação é realizada em dezessete estados e no Distrito Federal. Foram deslocados 650 agentes da Polícia Federal, além de auditores fiscais da Receita.

Nesta madrugada, os policiais começaram a cumprir 31 mandados de prisão, 129 mandados de busca e apreensão e 63 mandados de condução coercitiva (quando o investigado é levado à delegacia para prestar depoimento), além do sequestro de bens de 62 pessoas físicas e de 195 empresas. Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal em Juiz de Fora, Minas Gerais.

O último balanço, divulgado pelo delegado Marcelo Eduardo Freitas, que coordenou a operação em Minas Gerais, durante uma entrevista coletiva em Belo Horizonte, revelou que todos os mandados de busca e apreensão e os sequestros de bens foram cumpridos. Até o momento, além das 23 prisões, 42 das 63 conduções coercitivas foram concretizadas.

Segundo o delegado Freitas, as investigações foram iniciadas ainda nos anos 1990, em uma das empresas suspeitas. Em 2009, a polícia descobriu que a quadrilha tinha ramificações que alcançavam o paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas. "O esquema é encabeçado por uma grande empresa do setor químico", informou Freitas. "A companhia é de capital aberto e tem sede na Bahia, em São Paulo, e filias em todo o país". Os nomes das empresas e dos envolvidos na fraude não foi divulgado.

Freitas disse, contudo, que um dos empresários suspeitos é o proprietário da ilha confiscada na Bahia, onde, segundo a PF, estavam abrigadas várias embarcações, aeronaves e automóveis. Agentes federais agem simultaneamente em Minas Gerais, São Paulo, Distrito Federal, Bahia, Alagoas, Amazonas, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Piauí, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Sergipe.

 

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